Das coisas que NÃO contamos às mães de primeira viagem

Já faz um tempinho, li um post engraçadíssimo lá no Piscar de Olhos, sobre as mentiras que contamos  às mães de primeira viagem. E olha que não são poucas...

Mas a bem da verdade é que essa mentiras também são importantes. Afinal, difícil achar quem queira ouvir a realidade nuaecrua do tipo:

- Não se preocupe com o parto, querida!. É valsinha perto do heavy metal/punk/hardcore que é a amamentação;

- No começo o bebê vai chorar e vc não vai ter idéia do que seja. É capaz de ralar o peito de tanto dar de mamar à um bebê que não está com fome, e sim, encocozado;

- Você vai ter vontade de chorar a cada choro do bebê;

- Essa também que, você que é mãe, deve estar lembrando agora.

Mas eu, curiosa que sou, ficava cutucando minhas amigas já experientes no papel de mamães para saber dos detalhes mais sórdidos (ui!). E me preparei para eles. Mas qual não foi a minha surpresa quando, mesmo já tendo ouvido bastante coisa, me deparei fazendo/passando/sofrendo/chorando por tudo aquilo (e muito mais)?!

O fato é que maternidade não se ensina, se vive! Não se aprende, apanha! Não é teoria, é prática!

Mas ela tem seu lado maravilhoso! E acredito que seja a mistura do light com o heavy que a torna algo único nessa vida! Afinal, onde mais você vive emoções tão conflitantes DI-A-RI-A- MEN-TE?

E além das verdades que citei acima, e esse é o motivo desse post, existe uma realidade presente em pelo menos entre 50% a 80% das mães na primeira semana após o nascimento do bebê. Cerca de 15% das mulheres no mundo desenvolvem a forma mais severa.

Estou falando da depressão pós-parto.

Meu objetivo não é, de forma nenhuma, esclarecer o que vem a ser, qual tratamento. Para isso existem os médicos. Meu objetivo é desmistificar a idéia de que isso só acontece com as outras. Tirar a idéia de que, se você passa por isso, você não é uma boa mãe, pois foi exatamente isso que eu senti.  

Logo após o nascimento da Isabela, minha primeira filha, eu sentia uma sensação de tristeza, de impotência, sempre no início da noite. Acho que, na correria do dia-a-dia com um bebê RN, não notava esses sentimentos. Só percebia quando o ritmo diminuía, quando meu marido chegava e me  ajudava. E Graças a Deus pelo João!!!

A depressão que tive se enquadra nos 50% a 80% que descrevi acima. Tratava-se de uma melancolia relacionada a perda do controle que tinha sobre meus horários, meu sono, meus peitos...

Claro que eu sabia que existia a questão hormonal, e patati e patatá...

Mas a verdade é que quando eu me deparei com esses novos sentimentos eu "surtei de leve", vamos assim dizer. Eu questionava porque não estava vendo o mundo cor-de-rosa que todo mundo falava. Entenda, eu amei minha filha desde antes de conhecê-la, mas quando me deparei com um serzinho que usava o choro para se comunicar, ficou difícil achar que não era pessoal:

- Será que sou boa mãe?
- Será que estou fazendo a coisa certa?
- Deveria ter feito enfermagem, não Administração!

Em meu mundo cor-de-rosa imaginário, o amor pela minha filha iria resolver cada conflito, responder cada dúvida. Era como se ele fosse a solução de tudo. Mas o amor é o meio, é o modo. A experiência é a solução. E ela só vem com o tempo. Mas a boa notícia é que ela, assim como o amor, crescem a cada dia!

Com meu segundo filho eu achei que seria tranquilo porque já tinha conhecimento dos sentimentos que vêem junto com a chegada de um bebê. Mas como já disse, maternidade não se ensina, se vive! Não se aprende, apanha! Não é teoria, é prática! Independente de quantos filhos tenha.

O fato é que com o nascimento do Davi senti as mesmas coisas. E até aí, tudo bem.

Mas quando ele estava com 1 mês e meio e eu estava mergulhada na rotina de criação de dois filhos, aconteceu uma briga envolvendo família. E isso mexeu tanto comigo a ponto de fazer meu leite secar por três dias. Quem me conhece sabe que é realmente difícil algo me "pegar".Mas porque agora foi diferente? Foi então que percebi, e tive que aceitar, que estava sim com depressão pós-parto, mesmo já tendo se passado um mês. Se eu perdi meu prumo, é porque algo não estava bem e essa situação só desencadeou o processo. Foi isso que meu obstetra explicou.

Foi importante eu mesma desmistificar a depressão para lutar contra ela. Meu médico ajudou muito. Mas falar sobre ela me ajudou a colocá-la no lugar, estabelecer quem manda em quem.

Acredito que a depressão pós-parto deva ser discutida e esclarecida de forma transparente e honesta. Não só pelos médicos, mas por nós também, mães, irmãs, amigas e pais, por que não. Aliás, um dado importante para os papais: é comum que pais também tenham sintomas de depressão em 25,5% dos casos.  A depressão masculina tem origem nos sentimentos de exclusão diante da día-a-dia da mãe com o bebê.

E como nessa blogosfera materna agente encontra muita coisa boa, quero deixar aqui uma dica ótima para as amigas, mães, irmãs, tias, primas de plantão que encontrei no Blog Buteco Feminino: dêem de presente para uma mamãe de bebê duas horinhas de sono!


Porque dormir faz bem!
Dá uma passadinha lá pra ler o post na íntegra.


Espero ter ajudado.
Beijos!


* Dados estatísticos daqui e daqui


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